domingo, 25 de setembro de 2016

Saudade que tem nome


Por: Aline Oliveira

Já não sei quando foi que me vi insegura diante de você, que sempre foi meu porto seguro. E ainda quero que seja. Todas as nossas conversas, as risadas compreensivas, os abraços sinceros, o afeto dos olhos que nada mais enxergam quando se veem. A vontade que tenho de morar em você, mesmo sabendo que você não é casa para se morar, está mais para cidade que acolhe turista que sempre quer voltar, de novo e de novo. Mas que não quer a pressão de ser abrigo. Eu sei, e concordo.
Queria negar essa vontade que tenho de te mandar a música que estou ouvindo, de dizer que li um texto muito bom e que precisava ouvir sua opinião. De te chamar para aquela peça caríssima, mas que parece valer muito a pena. De dormir e acordar tendo seu ombro disposto a me ancorar. 
Foto: Fernanda Carvalho / Fotos Públicas

Dia desses, em uma decisão que era só minha, quis você. Te dizer que estava confusa, precisava de opinião e na minha mente ecoou o número do seu telefone - que sei de cor desde sempre - mas não quis discar. Orgulho bobo, excesso de insegurança porque eu não sei viver sem transbordar. Ao passo que tudo estrago com essa mania de intensidade. Freio demais, por vezes até pareço amena, sem graça nem ímpeto. Quem dera. Quem dera ser por dentro essa calmaria de quem sabe ganhar. Eu não quero perder.

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