sábado, 4 de junho de 2016

Duas décadas

Por: Aline Oliveira


Sim, tinha certeza. Na verdade, achou que tivesse. Vivia em meio ao caos e deixava aparente que tudo estava bem - aprendeu com o tempo que nem sempre valeria a pena se mostrar por completo. Aquele velho dilema de querer saber como lhe viam, e em contrapartida, temer tudo isso. Os rótulos que ganhava; os gestos e detalhes que lhe compunham, mas que não lhe resumiam.
Não há porquê de resumos e definições quando se pode ser aprendizado, incessante e insistentemente (não no sentido de forçar a barra, mas quase que por instinto). E ponto. Diante dos olhos aquela insegurança básica por tanto a se fazer, ser jovem mas não muito, não como antes. Ter menos espaço para errar, por cobranças internas e externas, e por vezes, ser livre de si e dos outros. Leveza. Bagunça. Por fora, tudo ok.
Não imaginariam as fotos apagadas, as dores rabiscadas, os amores intensos, o encanto pela liberdade. Os silêncios, os excessos, arrependimentos, a felicidade nos momentos simples. Os porres, o riso fácil, suas faltas. Ficariam com a ideia de que nada mudou.


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