Por: Aline Oliveira
Admiro quem consegue fazer de conta que nada aconteceu e reaparece de boa, o famoso “agir como se nada tivesse acontecido”, mas é leve e ao mesmo tempo complicado ser assim, ou seja, nem sempre consigo. Digo isso porque o blog está há tempos empoeirado e existem sim os porquês. Sabe aquela fase em que você se pega adiando coisas porque não tem tempo? Acontece, e mais curioso ainda é que quando você passa a ter tempo, continua por não fazer.
Admiro quem consegue fazer de conta que nada aconteceu e reaparece de boa, o famoso “agir como se nada tivesse acontecido”, mas é leve e ao mesmo tempo complicado ser assim, ou seja, nem sempre consigo. Digo isso porque o blog está há tempos empoeirado e existem sim os porquês. Sabe aquela fase em que você se pega adiando coisas porque não tem tempo? Acontece, e mais curioso ainda é que quando você passa a ter tempo, continua por não fazer.
Tempos atrás, foi
pela primeira situação - falta de tempo. Trabalho, estudo, obrigações, pouco
descanso e uma porção de vontades engavetadas. Contudo, de uns tempos para cá, foi
difícil colocar no papel (ou na tela do computador) reflexões e até mesmo
amenidades cotidianas.
Começou por dar de
cara com uma fase nova na vida, não exatamente a esperada, mas como podia ser. Foi
preciso reavaliar metas e se redescobrir, isso leva tempo. Houve também uma
série de acontecimentos que me desmotivaram (por exemplo, a chuva de polêmicas
que começaram a surgir em torno de assuntos importantes a serem debatidos, mas
que não serviam para muita coisa senão matéria-prima para quem ia apenas
polemizar; a questão da visibilidade causar um pouco de receio, sobretudo de
rejeição; ausência de sentimentos positivos para compartilhar e, em
contrapartida, excesso de descontentamentos (se o país está em crise, é natural
que em alguns aspectos a gente também fique, né?). A lista poderia até
continuar, mas vamos nos ater a esses motivos, por ora.
De repente, escrever
começou a se tornar cada vez mais complicado. O sentimento era de primeiro
organizar tudo internamente, depois abrir para o externo. Óbvio que um texto
carrega uma mensagem, e estava difícil ter uma bacana para passar. Não era
legal falar de coisas doces, felizes e corriqueiras se fossem apenas um
otimismo cego, ou mesmo uma forma de desviar o foco de tudo o que não era tão
agradável assim. Por outro lado, também não acho que valha a pena sair
destilando todos os amargos que experimentamos, vomitar nas pessoas uma carga
de tristeza ou infelicidade se for só por isso mesmo.
Do bom e do ruim,
deve haver algum processo e consequente transformação. Além de tudo, um texto é
um fragmento de algo maior, que muitas vezes quem escreve não consegue denotar,
ou quem lê não consegue captar; ainda que, por vezes, dê margem a muitas outras
ideias tão válidas quanto o ponto principal. Tudo isso para dizer que foi mais
fácil deixar o tempoqueleva encontrar seu próprio tempo, afinal um blog pessoal
permite isso. Agora, com agosto batendo
à porta, e uns bons meses de afastamento, é hora de voltar.