Por: Amábile Oliveira
Tem
coisas que são de praxe. Retrospectiva de fim de ano é uma delas.
Inevitavelmente somos pegos relembrando nossos momentos e montando nosso
próprio frame com imagens que marcaram - seja na lembrança, no papel listando
fatos ou em um app qualquer pra postar nas redes sociais.
Fato
é que faz parte da nossa vida lembrar e relembrar pedaços dessa história que construímos
e desconstruímos diariamente. Fazendo planos, mudando alguns deles,
improvisando, dando aquele jeitinho brasileiro, enfim. Nem sempre conseguimos
ser senhores do nosso destino, embora nossas escolhas tenham grande importância
sobre nossos rumos.
A
vida é quem dirige o espetáculo que se divide em ciclos de 365 dias. E o fechamento de mais um deles se aproxima, outra vez. Sempre que as férias dão uma brecada
na loucura de estudos, trabalhos, deveres e afins, uma sensação diferente
domina, a ponto de estranharmos tamanha "falta do que fazer" assim,
de repente. Porque é tudo tão intenso, que o sossego pega de surpresa.
Ao
mesmo tempo, uma ansiedade domina, planos e mais planos pro novo ano, ideias
ainda não realizadas e certa nostalgia também. E aí entra a famosa retrô de fim
de ano. Curiosamente, descubro só
agora o que a numerologia reservava pra mim este ano. Mais curioso ainda foi
notar que a realidade "bateu" com o que os números revelavam. "
...um ano de trabalho árduo ... você poderá ser mais exigido do que de
costume...
Realmente,
foi um ano pesado. Não apenas pela rotina desgastante de estudos e demais
atividades, mas também por outras preocupações, dificuldades. 2013 mal começou
e logo se sucedeu um período difícil. Uma perda que abalou toda a família
marcou demais. Todos pegos de surpresa e sinceramente, passados meses, confesso
que a ficha não caiu totalmente...
"Você
poderá se sentir sobrecarregado de responsabilidades, procure ter calma, saiba
administrar bem seu tempo.” O cansaço por vezes falou muito alto. Foi preciso muita
calma pra suportar as pirações em meio aos conflitos, divergências, estresses e
afins.
...a
organização será de suma importância para que você não se perca diante de
tantas ocupações." A determinação
foi persistente e me acompanhou nas madrugadas em claro, enquanto o físico
pedia arrego e o psicológico tentava se impor.
O
melhor de tudo, é que passado mais um ano, vi crescer amizades, companheirismo
e parceria. "É impossível ser feliz sozinho" e digo mais, nada tem
sentido se não for compartilhado.
Amizade
é também doar-se constantemente, fazer-se presente e se alegrar com tudo isso.
Mesmo nas dificuldades, prestar apoio, correr junto. Surpresas não faltaram,
com gestos, atitudes boas (e as nem tanto), risos, abraços, reviravoltas, e
voltas e mais voltas. O mundo gira e se às vezes deixa tudo de cabeça pra
baixo, mais adiante a gente tenta por as coisas no lugar. E mesmo se cair, o
importante é levantar.
A
verdade é que depois vamos todos rir junto, dos erros e apuros. E quem sabe
repetir alguns deles, e aprender com isso. Aprendizado também não faltou, na
faculdade, no trabalho, na vida. E é assim que deve ser. Encerrado mais um ano,
enxergo crescimento e evolução nas pessoas ao redor e do lado de cá também.
Reinventei-me
cada vez que fui pega de surpresa por imprevistos grandes ou pequenos; cada vez
que tive que ficar bem, mesmo não estando; cada vez que vi o mundo se
reinventar e me mostrar que existem várias formas de fazer a mesma coisa; que o
certo pra mim pode não ser pra outra pessoa e vice versa. Cada vez que tive
medo e precisei de coragem; cada vez que fiquei, quando desejava ir; cada vez
que fui quando queria ficar ou achava que queria.
Por
muitas vezes, desejei que o ano acabasse logo. É, não foi fácil e não é fácil
explicar os porquês... Contudo ou com tudo, me foram acrescentadas experiências
e lições que não me fazem ser outra pessoa, apenas um "eu" um pouco
diferente de 365 dias atrás. Com mais brilho no olhar, quem sabe mais feliz,
mais forte e com a esperança que sempre esteve aqui, junto aos sonhos, crenças
e valores essenciais.
Que
venha 2014, com mais reinvenções pra somar ao que temos de essência, que
nos mantém sendo os mesmos "eus", mas de um jeito diferente, quem
sabe melhor!