sábado, 13 de abril de 2013

Pela Arquitetura



A arquitetura é uma atividade altamente complexa; opera numa região limítrofe, a meio caminho entre a percepção estética e a prática.
S. Giedion



Não escolhi a Arquitetura, ela já estava lá, dentro de mim, desde sempre. Não posso determinar os porquês desta presença, apenas posso tentar falar dos motivos pelos quais permanece em mim. Pensando bem, na verdade, sou eu quem permanece nela.
Motivos não faltam pra colocar em xeque se vale a pena, se é realmente o que quero, enfim.
Pensar se vale pena pode remeter ao retorno financeiro, ao êxito profissional, ao reconhecimento e méritos.
Retorno financeiro pra mim não é prioridade, não que não seja necessário, afinal é um grande investimento, principalmente de tempo, diga-se de passagem, algo extremamente escasso nos dias de hoje.
É um investimento que dinheiro não paga. Discorda? Então me diga quanto custa uma (várias) noite (s) em claro? Fazendo maquetes, montando pranchas, elaborando painéis, ou olhando pra uma folha em branco enquanto o desejado projeto não dá as caras. Só os loucos sabem.
Dificuldades à parte, sim é o que quero, o que SEMPRE quis. Vai valer a pena? É claro que vai! Por cada projeto finalizado, cada etapa cumprida, todo o aprendizado, toda a superação... Uma grande parte da vida dedicada ao que quero de futuro, e ao que venho apreendendo nesse breve presente ao lado de outros loucos arquitetos com quem divido não apenas o amor pela Arquitetura, mas um pouco do que sou, num conhecer-se mutuamente.
Desistir? JAMAIS! Vou até o fim, ou melhor até o início, já que por aqui nada acaba quando termina. Um ciclo chega ao fim para dar início ao seguinte.
Eu vou, por mim e pela sociedade em que acredito. Pela esperança de uma cidade (quiçá um mundo) melhor.
Mas não vou sozinha. Os caminhos são diferentes, mas a caminhada é igual. Vamos junto?!

sábado, 6 de abril de 2013

Vida de Jornalismo



Viver o jornalismo é um amontoado de ideias que lhe passam pela cabeça e que precisam ser registradas pela escrita para não se perderem no tempo. É pensar em inúmeras outras coisas e não conseguir se concentrar em apenas uma delas. Fingir que não existem problemas e que se está sempre pronto para a próxima, afinal, tevê, rádio, livro, foto, revista, jornal... Páginas e mais páginas que em branco não saem, de uma forma ou de outra virarão notícia.

Ouvir os fatos do dia no rádio enquanto lê o livro que fala sobre tevê e tenta, ao mesmo tempo, pensar no que escrever para o online. Equilibrar-se e manter o ritmo seja manhã, tarde ou noite (madrugada eu diria) e não deixar a peteca cair (para ser mais clara, não deixar sua pauta cair, por que senão, ai ai ai...)

Viver imerso nesse mundo é sorrir e chorar em um curto intervalo de tempo. Sentir-se sozinho na multidão e, de repente, receber aquela mensagem de alguém que do outro lado torce pelo seu sucesso e te faz ganhar o dia com um gesto simples.

É querer voltar atrás, desistir de tudo. Tremer na base ao colocar o microfone, ver as luzes se acenderem e escutar GRAVANDO! E logo em seguida, ver que tudo aquilo é mais que fascinante e você não fez a escolha errada.





É não deixar que o desgaste físico e psicológico de uma rotina mais que atarefada lhe roubem a capacidade de enxergar a vida com outros olhos. Indo mais longe, ser capaz de transmitir isso em palavras.

Torcer para que o leitor ao final da página se emocione com sua narrativa. Fazer-se presente na vida do outro, ganhar sua confiança e admiração. Em uma frase perceber que, para outro alguém, tudo aquilo faz sentido. E mesmo que essa resposta não chegue (seu texto nem seja notado), poder acreditar em si mesmo e no trabalho que realiza. Para mim, ser jornalista é criar novas realidades quando a vida te mostra apenas uma nem sempre tão boa. Acredito nisso hoje, espero acreditar por infinitos amanhãs.

"Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para  isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte." (Gabriel Garcia Marquez)