sábado, 29 de setembro de 2012

              Agradeço a Deus pelos momentos que me concede e me contempla com os frutos do seu amor. Acordo sem saber o que me espera com o medo que se faz presente antes mesmo da existência dos perigos, mas saio de peito aberto, tomo minha dose de liberdade e me deixo guiar pela vontade de caminhar rumo ao destino que ajudo a construir.
              Observo a paisagem, às vezes como se fosse a primeira vez; outras vezes com os olhos cansados que deixam escapar muitos detalhes. É estranho perceber como é o sobe-e-desce de sentimentos que toma conta do meu dia. Triste ou feliz, calada ou falante, parada ou andante: é a oposição natural que instiga a busca pelo equilíbrio que preciso e tanto quero.
              As conversas pequenas, improvisadas, mas que carregam em si os maiores sentimentos. As pessoas que tanto admiro e tenho medo de magoar, desapontar e afastar com pequenas falhas: é a insegurança que se sente diante daqueles que nos cativam. É o medo da efemeridade que rompe o encanto da eternidade que pensamos existir. Pausa no texto: Hora de dormir!
                                                                    (Agosto de 2011, manuscrito guardado
                                                                                                      em minha caixa de lembranças...)
                                                                                                                                   Aline Oliveira   

Utopias



Com elas cresci
Sem saber as cultivei
Sem que nem me desse conta.

Formam-se assim:
Não sei se lhes dou vida
Ou se elas vivem em mim.

No vislumbrar do distinto
Pôr- do- sol e um horizonte
Em que a guerra seja pela paz,
A fome seja por mudanças
E que prevaleça a harmonia
Como em brincadeira de criança.

Que as nações sejam de fato unidas
Não exista primeiro ou terceiro mundo.
Deixemos de lado essa nova ordem global
E as ditaduras de beleza.
Pode até parecer fantasia
Mas enquanto viver quero tê-las
Essas minhas, mas que devem ser de todos
Utopias.

                                          Amábile Oliveira

sábado, 22 de setembro de 2012

Onde está meu eu?



É preciso acreditar que ele não se perdeu
Em meio ao caos, noticiário de jornal,
Acidente fatal.
Estresse, trabalho, cansaço
Me perco no que faço
E ao fim do dia
Estafante agonia
O amanhã bate à porta
E o hoje já é ontem.

Me falem sobre mim
Me contem
O que foi que aconteceu?

Busco encontrar
Não sei onde está
Aonde foi parar meu eu?

Comentários, hipóteses
Nada que me conforte
E por mais que não notem
Percebi que eu faço a minha sorte
E mesmo que ninguém se importe
É a pergunta que me move
O desejo de descobrir onde está meu eu

Ainda sem resposta
O que me conforta
É acreditar que ele não se perdeu.


Amábile Oliveira

Poesia em Rascunho



Eis aqui o que resistiu ao impulso maior,
Ao desapego menor
E ao medo da imperfeição.

O papel que teimoso virou poesia
Quando nasceu do rascunho
De ideias despretensiosas
E por isso mais verdadeiras.
E não é a derradeira
Das que pretendo escrever.

Às vezes, a gente depressa atira ao lixo
O papel e seus escritos
Matando rápido a poesia
Que nasce e sem maior atenção,
Morre antes de crescer

                                                                       Aline Oliveira

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Meu voo




Ah, quantos sonhos para tornar realidade
Nesta minha caminhada...
Por onde passo deixo minhas pegadas
E no rastro uma ideia:
Ainda vou poder voar
Pois é tudo tão distante, que
De longe não consigo avistar
Ai, se eu tivesse asa...

Voaria lá pro alto
E veria o céu de perto,
Tocaria a face do Cristo no Rio
E em Sampa enxergaria a garoa de onde ela parte.
Para os lados do Norte, mudaria a face
Do povo que trabalha e faz prece,
Do Padim Ciço não esquece
Nem dos santos da festa junina.
A essas pessoas levaria a emoção e
A alegria de plantar e poder colher.

Ai, se eu tivesse asa...
Semearia União, Partilha e Amizade
Entre os povos e nações
Não haveria tantas discussões
E mortes sem ter nem porquê
Aí então, mudaria o que passa na tevê...
Transmitiria outro modo de enxergar o mundo:
Um olhar de coragem para agir,
Força para lutar
E paciência para esperar
Esperar que o sol brilhe mais belo,
O “eu te amo” seja mais sincero
E que as lágrimas sejam sempre de alegria
Ai, se eu tivesse asa, quanta coisa eu mudaria...

Enquanto asa eu não tenho
Não me faço de incapaz,
Tampouco deixo de ir atrás
Desses e de tantos outros sonhos,
Mesmo que seja com o pé no chão.
Aqui embaixo eu caminho,
corro e paro no sinal fechado;
pelo exemplo dou o meu recado:
O voo é você que faz
E o bem sempre, sempre compensa mais.