terça-feira, 30 de outubro de 2012

Ainda sobre o tempo


“O tempo não para...”

Não para mesmo. Penso então na importância do valor das pequenas coisas, muitas vezes esquecido. Penso em cada sorriso interrompido, em cada palavra não escutada, em cada olhar sem destino.
Tudo passa. O que está em questão é o que se fez com o passado. Talvez perdido em algum porão escuro para uns, para outros, que assim o preferem, está “morto e enterrado”.
Se a vida é feita por três tempos, eu os quero inteiramente. Quero olhar pra trás sem mágoas, ou inconformidades. Ter na consciência que certas partes deste jogo ficaram em outro tempo sobre o qual não mais atuo.
Outras destas partes me acompanham. Faço questão de mantê-las vivas em mim. Seja no pedaço de papel amassado, nas poucas fotos que tenho ou em objetos que adquiriram novos significados.
Itens que se convertem em aparatos à fragilidade da memória e ao saudosismo do coração. “O que o coração ama fica eterno”. Pode ser que não me lembre com exatidão de algumas coisas, aí busco apoio nessa pequena coleção que vou ampliando.  
É sempre um revisitar. Cartas que leio, releio... Canções e imagens que me reportam ao que não devo e nem quero esquecer. Até mesmo palavras, que, ditas de outras maneiras se transformaram em registro.
É o que quero do passado: a capacidade de manter vivo o que faz bem e que deve ser eterno, e de deixar em seu devido lugar o que não deve ressurgir.
Tenho planos para o futuro, também conto com o destino, o que mais quero é seguir.

                                                                                         Amábile Oliveira


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